Escola de Bicicleta

mobilidade & recreio

Circular a par é mais seguro

Em Portugal o Código da Estrada não reconhece nenhuma especificidade aos pelotões de ciclistas. A única coisa que se aplica é que os condutores de velocípedes podem circular a par:

Artigo 90, n.º 2: Os velocípedes podem circular paralelamente numa via, exceto em vias com reduzida visibilidade ou sempre que exista intensidade de trânsito, desde que não circulem em paralelo mais que dois velocípedes e tal não cause perigo ou embaraço ao trânsito.

Nem todos os condutores de automóveis estão cientes desta alteração recente (2013) ao Código da Estrada, e mesmo os que estão, raramente compreendem as vantagens para os ciclistas de circular a par, nem as vantagens para os próprios automobilistas. Ora, este vídeo procura demonstrar uma dessas vantagens:


O vídeo mostra uma situação de trânsito num país onde se conduz pela esquerda, mas é só inverter para aplicarmos a Portugal. 😉 E o vídeo mostra uma ultrapassagem que cumpre os novos requisitos do Código da Estrada para a ultrapassagem de velocípedes. Relembrando:

Artigo 38

2 – O condutor deve, especialmente, certificar-se de que:

e) Na ultrapassagem de velocípedes ou à passagem de peões que circulem ou se encontrem na berma, guardar a distância lateral mínima de 1,5 metros e abranda a velocidade.

3 – Para a realização da manobra, o condutor deve ocupar o lado da faixa de rodagem destinado à circulação em sentido contrário ou, se existir mais que uma via de trânsito no mesmo sentido, a via de trânsito à esquerda daquela em que circula o veículo ultrapassado.

É mais rápido ultrapassar 20 ciclistas a circularem aos pares do que uma fila indiana de 20 ciclistas…

Vê ciclista, pensa cavalo

Outro bom exemplo de uma campanha dirigida aos condutores de automóveis, de forma a melhorar o seu comportamento na estrada face aos condutores de bicicletas. O humor é uma ferramenta muito eficaz. 🙂

Não há muitas pessoas que saibam isto, mas deves tratar um ciclista como tratas um cavalo.

Vê ciclista, pensa cavalo

Abranda, trata-os com cuidado, e dá-lhes o espaço deles na estrada.

Formação de ciclistas – Curso online Sobrevivência Rodoviária

Esta peça já tem 4 anos (tínhamos acabado de nos mudar para o nosso primeiro atelier!) mas continua actual. Aprender a andar de bicicleta, formar condutores de bicicleta, o que fazemos na nossa escola, posicionamento na estrada, controlo da bicicleta, capacete, luzes, a diferença entre risco e perigo, minimização de riscos, etc, tipos de bicicletas, cadeados, soluções para famílias, etc.

Faz parte do Curso online Sobrevivência Rodoviária, do qual somos um dos muitos colaboradores, de diferentes áreas (médicos, formadores, investigadores, engenheiros, psicólogos, arquitectos,…, de ONGs, empresas, universidades, etc).

 

Workshop Melhores CondutoresParticipem no curso, ou pelo menos assistam aos vídeos, tornar-vos-á melhores condutores de automóvel, e pessoas mais informadas e conscientes do meio em que se inserem, e mais capacitadas para fazerem melhores opções.

Ah, e a propósito de cursos e de nos tornarmos todos melhores condutores, não deixem de fazer este workshop. Já fiz e recomendo!

Não invadas a minha bolha

A propósito do podcast sobre posicionamento na via e ultrapassagens, aqui fica um vídeo ilustrativo, de uma campanha nos EUA a propósito da “3 Feet for Safety Act, uma lei que obriga os condutores de automóvel a manterem uma distância lateral de segurança ao passar um ciclista, de no mínimo 90 cm. Noventa centímetros é mesmo muito pouco, mas já começa a passar uma mensagem.

É uma lei parecida com parte da nossa, que entrou em vigor em Janeiro de 2014 com as grandes alterações do Código da Estrada, e que obriga aos condutores de veículos automóveis, numa ultrapassagem a ciclistas, não só:

  • a ocupar a via adajcente à esquerda
  • e a reduzir a velocidade (assumindo que o automóvel se aproxima a uma velocidade muito superior à da bicicleta, obviamente),
  • mas também, e em simultâneo, a manter pelo menos (ou seja, no mínimo) uma distância lateral de 1.50 m do velocípede (o ponto mais extremo, normalmente o guiador, mas depende da configuração e da carga transportada, claro).

Felizmente os nossos legisladores foram mais generosos, ao estabelecer 150 cm como mínimo, o que oferece muito mais segurança e conforto aos condutores e passageiros de bicicletas.

A mensagem do vídeo ilustra uma lei desenhada em nome principalmente da segurança dos ciclistas, mas é também uma questão de conforto, e é uma questão de boa educação e normal cortesia – não se invade o espaço vital das outras pessoas, nomeadamente quando há alternativas!

Merece uma nota apenas a imagem final do ciclista a circular, não é que ele não esteja a cumprir a lei, está, por alguns centímetros, mas está a conduzir de forma pouco segura, como tive oportunidade de explicar no último podcast da Rádio Estrada Viva, e de uma certa forma, pouco cortez e cooperante, pois não está a ajudar os condutores com quem se cruza a tomarem as melhores decisões e nos melhores timings.

Assim não