Escola de Bicicleta

mobilidade & recreio

Testemunhos de alunos: Bia Sobral

A história da Bia demonstra bem o impacto que a bicicleta pode ter na vida de alguém, e que estamos sempre a tempo de ser mais felizes! 🙂

Eu tinha 53 anos quando me inscrevi. Frequentei as aulas de bicicleta durante 3 meses, todos os 12 domingos e desde o primeiro dia me senti realizada, segura de conseguir com a ajuda dos professores e dos colegas e orgulhosa de ter ultrapassado mais essa barreira chamada medo. Medo de não conseguir andar pelas ruas sem ter os pés no chão.

Hoje, quando digo que fui a uma escola para aprender a andar sobre as 2 rodas, as pessoas não acreditam e algumas até NUNCA OUVIRAM falar em tal coisa!

Comprei uma bicicleta, depois de 2 anos sem andar, e foi A MELHOR COISA que fiz! Vou com a “Bibita” pra TODOS os lados, ainda não para o trabalho pela falta de segurança do trajeto (nem o passeio há). Amo descobrir percursos, ciclovias, paisagens, jardins e parques e tirar fotos, dela (Bibita) e com ela.

Já fizemos (eu e a Bibita) desde o Cais do Sodré a Cascais, quando me disseram que havia já a ligação “direta” (não, NÃO HÁ!); fiz toda a ciclovia (onde havia) desde a Ameixoeira até Olaias; desde o Cais do Sodré, até ao Parque das Nações; da Ameixoeira ao Parque Extreme de Benfica; Saldanha/Campolide; Ameixoeira/ Campo de Golfe do Lumiar e hei-de fazer intercidades!

Se aconselho outras pessoas a terem aulas de bici? Claro que sim! Sempre que alguém diz não saber, não ter mais idade, ter vergonha, medo/receio e/ou falta de tempo dou a morada da “Cenas a Pedal” e digo com toda segurança: eu fiz e amei tê-lo feito!

Aprender a andar de bicicleta mudou radicalmente, a minha vida! Eu SEMPRE encontro tempo para dar umas pedaladas, então depois do trabalho… é um elixir para a alma e maravilhoso para a saúde, como é óbvio!

​ADORO, ADORO ADORO, a minha Bibita!
Parabéns e Obrigada, Escola de bicicleta “Cenas a Pedal” pelo carinho e o profissionalismo com que ensina a todos, crianças, jovens, adultos e até pessoas de 3ª idade a conduzir uma bicicleta!

ABIGAIL (Bia) SOBRAL

30 de Novembro de 2017

A Bia teve aulas de bicicleta connosco quando tínhamos um pólo em Campo de Ourique, no polidesportivo do CACO. Ficou em hibernação durante dois anos e depois decidiu-se a comprar uma bicicleta e a usá-la, e não mais parou! Mais recentemente juntou-se a nós num dos passeios Saia à Noite, uma iniciativa que visa encorajar mais mulheres a pedalarem à noite pela cidade, num registo de passeio e convívio entre mulheres.

 

passeio de bicicleta Saia à Noite

Será surfar como andar de bicicleta?

Estou a ter aulas para aprender a surfar.

Faço-o por interesse pessoal, mas a ideia agrada-me também pela forma como me permite aproximar-me da experiência dos meus alunos de Nível 1 nas aulas de condução da Escola de Bicicleta da Cenas a Pedal. Há vários paralelismos que se podem traçar entre as duas actividades, e queria sentir-me uma principiante numa actividade física que envolve equilíbrio, propulsão, técnica, navegação do espaço e gestão de riscos, para me pôr ainda melhor na pele deles. (Diga-se, tenho andado a aprender também, mas autodidacticamente e a passo de caracol, a andar de patins, para um paralelismo com rodas! 😀 )

A ideia de me enfiar no mar e aprender a surfar dá-me medo. É pior antes, quando estou para marcar cada aula (farto-me de hesitar), mas muito dele dissipa-se durante a própria aula, felizmente.

Dá-me algum receio não conseguir aprender, claro. Mas não tenho razão para crer que isso será um cenário plausível – sei (pela minha experiência de instrutora de bicicleta) que no máximo precisarei de mais aulas do que alguém mais novo, mais atlético, ou simplesmente menos cerebral, ou com um melhor instrutor!

Mas os meus medos são outros. Medo de cair mal e magoar-me, seja na água ou já na areia, ou sobre uma pedra. Medo de colidir com outro surfista. Medo de levar com a minha prancha em cima (ou a de outra pessoa) e magoar-me. Medo de atrapalhar-me e, mesmo que não me afogue, engasgar-me com água. Medo de ser apanhada num agueiro ou outras correntes e não conseguir desenrascar-me sem ajuda. Medo de encarar uma onda grande ao regressar ao mar, sem saber o que fazer à prancha a que estou presa. Medo de uma qualquer picada de um bicho aquático. Medo de torcer qualquer coisa, de uma luxação, whatever. Não só pela dor e chatice do incidente, mas pelas consequências posteriores – a forma como me poderá limitar no dia-a-dia e no que quero fazer, e na minha capacidade de trabalhar normalmente.

Tenho medo mas vou à mesma, porque sei que depois surfar vai ser muito fixe. Toda a gente diz isso e consigo senti-lo. Há-de ser como andar de bicicleta! 😀

Percebi hoje ao falar com uma amiga depois da aula, que as pessoas não pensam todas necessariamente em todos estes riscos – não é que não se preocupem com eles, só não sabem ainda da sua existência. Ela, que não faz surf mas que anda de bicicleta no dia-a-dia, disse-me que, pensando em iniciar surf ou bicicleta, teria mais medo da bicicleta!

Contudo, agora que tenho a experiência de andar de bicicleta, de ensinar a andar de bicicleta, e de aprender a fazer surf, foi-me difícil perceber esta perspectiva. Até ela me dizer que nunca tinha pensado na maior parte dos receios do surf que listei acima. 🙂

Eu penso! Isso não me impede de ir à mesma, mas leva-me a ser cautelosa, e a valorizar bons instrutores e boas condições de aulas. Tendo já tido “primeiras aulas” com 4 instrutores diferentes em 2 escolas, vi a diferença que faz na minha segurança, na minha aprendizagem e na forma como me sinto durante as aulas.

Comecei a pensar, “será que as pessoas que nos procuram também se sentem assim quando iniciam as aulas?”.

Da minha observação, penso que as pessoas empolam o medo e os riscos da bicicleta na fase mais inicial, de perceber o equilíbrio rudimentar e manusear a bicicleta. Contudo, esses riscos estão fortemente dependentes das condições da aprendizagem, da bicicleta, do local, do método e da psicologia do instrutor. Na nossa escola reduzimo-los a quase nada. Mas as pessoas vêm a pensar que vai ser como viram irmãos, amigos, ou até filhos, a aprender, com muitas quedas pelo meio, medo, falhanços e frustrações. Não sabem que os que efectivamente chegaram a aprender pelo menos o básico, não aprenderam por causa das quedas e das ajudas tipicamente bem intencionadas mas mal capacitadas que tiveram, mas apesar delas.

Por outro lado, as pessoas subestimam largamente os riscos da bicicleta na fase pós-iniciação básica, básica. Já se equilibram razoavelmente a direito a curvar, já arrancam e páram e voilá, acham que já aprenderam e que “agora é só treinar”. Desconhecem por completo tudo o que é preciso aprender a fazer para efectivamente usar a bicicleta de forma segura, confortável e eficaz, e quanto tempo isso pode levar em modo auto-didacta (principalmente se só pegamos numa bicicleta de vez em quando). Já para não falar no facto de podermos andar anos e anos a andar regularmente de bicicleta e nunca chegar a aprender a assegurar ergonomia na bicicleta, a distribuir correctamente o peso na bicicleta para manter o equilíbrio e o controlo em todas as situações, a usar os travões de forma segura, a transpôr obstáculos, a usar as mudanças a nosso favor, etc, etc. (Nem falo na condução propriamente dita, claro.)

Percepções distorcidas do risco contribuem para que muitas pessoas nem se atrevam a tentar aprender a andar de bicicleta com profissionais, por não se aperceberem que pode ser super seguro e eficaz, e para que muitas outras não procurem desenvolver melhor as suas competências depois do eureka do equilíbrio, por não saberem os riscos que correm ao lançarem-se ao mundo real mal preparados. É realmente uma pena. Mas para as outras, estamos cá!

Quanto a mim, o surf e a bicicleta, se tudo correr bem, espero daqui a uns tempos ser eu de prancha na bicicleta até à praia, e não só os meus clientes da loja. Espero é que a CP me continue a deixar apanhar boleia nos seus comboios até Carcavelos e afins, com bicicleta e prancha… 🙂

 

CSR Mini

Investir na segurança: por onde começar?

montana-raftingVamos assumir que decidi ir fazer rafting, como guia.

O que acontece se me lançar à água no insuflável sem primeiro ter aprendido como conduzir a embarcação em segurança? Se calhar isso não é absolutamente necessário, desde que use um colete salva-vidas e um capacete, estou segura, não? E não deve haver problema se eu não souber nadar, desde que tenha o colete salva-vidas e um seguro, está tudo OK, certo?

Não.

Para sermos capazes de tomar decisões acerca de segurança, temos que primeiro compreender a noção de risco.

De uma forma simplificada, esta é a equação do risco:

Risco [R] = probabilidade de acontecer [P] x severidade das consequências se acontecer [C]

A segurança activa actua na probabilidade, a segurança passiva actua nas consequências.

No que à utilização da bicicleta diz respeito, a hierarquia de prioridades de investimento, na forma de cuidado e dinheiro, em segurança, deverá ser esta:

  1. uma bicicleta adequada ao nosso corpo (peso, altura, proporções) e aos percursos que fazemos (piso, orografia, clima, etc)
  2. roupa e sapatos adequados à bicicleta, ao contexto dos percursos, e ao nosso nível de destreza
  3. [serviço para] boa manutenção mecânica regular da bicicleta
  4. luzes adequadas [de acordo com o Código da Estrada], e reflectores, na bicicleta
  5. [aulas para] boa operação e bom controlo da bicicleta
  6. [aulas para] condução segura de bicicleta (não basta conhecer o CE)
  7. óculos
  8. vestuário/acessórios reflectores

Os itens acima servem para tentar reduzir a probabilidade de chegarem a acontecer quaisquer quedas ou colisões – segurança activa. Só depois vêm:

  1. luvas
  2. capacete (e joelheiras, cotoveleiras, whatever, para quem é particularmente descoordenado ou de constituição invulgarmente frágil e cai com frequência apesar dos pontos 1 a 7 acima…)
  3. cenas como esta
  4. seguros de acidentes pessoais e de responsabilidade civil

Tal como manter a nossa bolha de segurança (algo que se aprende ao investir no ponto 6 da lista acima), estes itens (9 a 12) servem para tentar reduzir a gravidade dos danos físicos e/ou dos prejuízos financeiros das quedas e colisões que efectivamente aconteçam – segurança passiva. Nada fazem para evitar que essas quedas e colisões aconteçam – aliás, devido a fenómenos de compensação do risco (pelo próprio condutor da bicicleta e pelas outras pessoas com quem este se cruza), podem até aumentar a probabilidade das mesmas.

Como é que eu posso reduzir o meu risco a zero ou quase?

risco

Posso investir em reduzir C, a gravidade das consequências, mas a minha capacidade para tal é bastante reduzida, os equipamentos de protecção têm grandes limitações, e os seguros não cobrem todos os prejuízos físicos, patrimoniais, morais e sociais associados a quedas e colisões relevantes, além de custarem algum dinheiro todos os anos, pelo que C nunca será zero nem nada próximo disso. Além disso, mesmo que tivesse todas as despesas pagas e a certeza de recuperar fisicamente sempre a 100 %, eu prefiro não ter que passar pela experiência de me magoar e de precisar de assistência médica, internamento hospitalar, etc, e independentemente de ser por culpa minha ou de terceiros… Por isso, a minha aposta é primeiro e principalmente reduzir P, que posso levar a um nível mais próximo de zero. Para tal tenho que me certificar que tenho um controlo adequado da bicicleta, tenho que aprender a identificar, avaliar e comparar riscos e a aplicar as estratégias adequadas cada situação. Tenho que saber que tipos de quedas e colisões ocorrem, compreender as suas causas e saber como as evitar.

bicycle-lights_590_360_80_all_10Ainda é comum ver pessoas a circular à noite de bicicleta com capacete mas sem luzes [adequadas e eficazes].

Ainda é comum ver pessoas a circular à noite com coletes e n outros elementos reflectores mas sem luzes [adequadas e eficazes].

Ainda é comum ouvir pessoas todas equipadas com capacete, montes de luzes e reflectores diferentes, até 2 espelhos, e às vezes até muito boas bicicletas, queixarem-se das n quedas e colisões que já tiveram, e/ou dos frequentes sustos nas estradas e ciclovias, que nunca investiram o seu tempo e o seu dinheiro a perceber se há algo que esteja ao seu alcance fazer para reduzir tudo isso. Acreditarão que são totalmente impotentes para mudarem a sua experiência? Acreditarão que sabem tudo e que não têm nada de útil a aprender? Acreditarão que só os outros têm coisas para aprender?…

A prevenção é o melhor remédio, e a educação é o melhor caminho.

Aulas de bicicleta em Lisboa, dos 6 aos 66!

A nossa última aula de 2015, antes da pausa de fim-de-ano, foi no dia 20 de Dezembro, com uma turma de Nível 1, e teve este aspecto:

Última aula de 2015 das turmas de Nível 1A nossa última aula com as turmas de Nível 1, em 2015, foi este último domingo. A banda sonora foi natalícia e não dividimos o campo em duas partes, como é costume, para deixarmos os alunos andarem mais “à larga”. Não perca mais tempo e inscreva-se já nas aulas para começar em Janeiro – porquê procrastinar as coisas boas? 😉 http://escola.cenasapedal.com

Posted by Escola de Bicicleta da Cenas a Pedal on Saturday, December 26, 2015

 

Não perca mais tempo e inscreva-se já nas aulas para começar em Janeiro, enquanto ainda há vagas – porquê procrastinar as coisas boas?

O nosso site tem muita informação, arrumadinha por secções para fácil digestão: http://escola.cenasapedal.com Mas uma leitura obrigatória para todos os prospectivos alunos das aulas de bicicleta é o Guia do Aluno 2015-2016, disponível aqui. Depois, a inscrição pode ser feita online, para sua comodidade, aqui. Também temos vouchers para oferta!

Estas aulas são para crianças a partir dos 6 anos e adultos até aos 66 anos! E no Nível 1 as bicicletas são facultadas pela escola, não tem que se preocupar com o equipamento.

Inscreva-se já e comece as aulas no início do ano, para que daqui a 365 dias possa olhar para trás e afirmar:

“2016, o ano em que aprendi a andar de bicicleta!!”