Este cyclehack do travão de parqueamento para bicicletas melhorou imenso a nossa vida. Não é à toa que foi o usado para fazer o vídeo de apresentação da 1ª edição do CycleHack Global em Lisboa, em Junho do ano passado, na Maker Faire.
É por este exercício divertido de criatividade e partilha de experiências e de ideias – e descobertas! – que este movimento do CycleHack é tão positivo, e tão interessante. E é por isso que vamos lá estar batidos novamente este ano.
Este ano há nova leva de oradores, e nova oportunidade de inventar coisas giras que façam diferença na vida de quem opta por andar de bicicleta. ‘Bora daí? 🙂
Em 2006-2007 começámos a interessar-nos particularmente por responder a esta pergunta:
“Como podemos melhorar a nossa experiência a usar a bicicleta para nos deslocarmos nas nossas estradas?”
Foi quando decidimos analisar o Código da Estrada, e o que este dizia sobre a circulação de bicicletas. Pensámos que colmatar a nossa ignorância nessa área poderia ajudar-nos a conduzir melhor, a tornar a experiência mais confortável, mais segura, mais eficiente.
Ao mesmo tempo que desenvolvíamos esta análise do CE, descobrimos logo no início que simplesmente conhecê-lo não nos ensinava a conduzir bem uma bicicleta, principalmente num meio em que a maior parte dos condutores de automóvel também não sabe (ou não cumpre) o que o CE diz acerca de como interagir com condutores de bicicleta. Começámos, por isso, a estudar a melhor forma de conduzir. Foi isso que nos levou a procurar um curso de instrutores de condução de bicicleta, que fizémos em 2008, e começar a ensinar outros, na nossa escola.
Por um mero acaso, no outro dia fui dar a este vídeo antigo, de início de 2007, onde ilustrávamos o estacionamento ilegal sobre uma ciclovia na marina de Albufeira:
É o que se chama um “tesourinho deprimente“. 🙂 Mas extremamente útil. Ali está, bem documentado, o “antes”, do “antes e depois de aprender a conduzir”.
Hoje agiríamos de forma muito diferente daquela registada no vídeo acima. (E não perderíamos tempo a documentar o desrespeito de outros por uma infraestrutura que é, à partida, um desrespeito para quem nela circule – só aprendemos isso depois também.)
Saber conduzir envolve 4 competências chave:
saber operar o veículo
conhecer o protocolo de circulação oficial
conhecer o protocolo de circulação não-oficial
saber identificar e gerir riscos
O Código da Estrada é o protocolo oficial. A práxis é o protocolo não-oficial. Um sítio perfeito para perceber a diferença entre os dois é nas rotundas, onde estes dois protocolos estão muito desfazados.
Mais recentemente, temos tido a oportunidade de conversar com algumas instituições de ensino superior que se encontram a desenvolver candidaturas, ou a ponderar fazê-lo, ao projecto U-BIKE Portugal, um projecto para promover a introdução de bicicletas nos campi universitários, por meio de um sistema de empréstimos de longa duração. O regulamento deste projecto é bastante detalhado no que concerne às especificações das bicicletas a fornecer, contudo presta muito pouca atenção à parte das acções de comunicação e formação. Consequentemente, é comum as instituições pensarem inicialmente em lançar-se à candidatura prevendo pouco mais do que transmitir aos futuros utilizadores das bicicletas os principais artigos relevantes do Código da Estrada, pensando que isso será suficiente. Temo-nos esforçado por tentar desfazer esse equívoco a tempo.
Assegurar o ponto 2, acima, é importante mas não é suficiente. Para circular de bicicleta em meios com um nível de tráfego relevante, é preciso aprender a conduzir. Não o fazer leva a repetidas más experiências, quando não mesmo a quedas e colisões efectivas – tudo coisas que podem, naturalmente, levar as pessoas a desistir de usar a bicicleta em determinados percursos ou mesmo desistir de a usar de todo.
O sucesso do U-BIKE, em particular, mas de qualquer outra iniciativa de promoção de uma mobilidade mais sustentável centrada na bicicleta, depende das pessoas aderirem, não desistirem, e trocarem o máximo possível de quilómetros feitos de carro por quilómetros em bicicleta. Negligenciar a parte da motivação, capacitação e formação é um erro crasso que afectará o potencial deste projecto, como tem afectado inúmeras outras iniciativas.
É fundamental disponibilizar às pessoas a oportunidade de melhorarem a sua compreensão do contexto rodoviário e a sua navegação no mesmo. Não basta distribuir informação sobre a legislação (disponível online aqui, aqui e aqui, por exemplo). E não bastam palestras, é fundamental haver sessões práticas complementares. Entretanto, enquanto quem o poderia fazer não o faz, resta aos utilizadores tomarem a iniciativa e instruírem-se como puderem, recorrendo a livros e sites estrangeiros, alguns recursos nacionais como o nosso blog e outros (ver Planeta Bicicultura) e/ou procurando as nossas aulas.
A nossa última aula de 2015, antes da pausa de fim-de-ano, foi no dia 20 de Dezembro, com uma turma de Nível 1, e teve este aspecto:
Última aula de 2015 das turmas de Nível 1A nossa última aula com as turmas de Nível 1, em 2015, foi este último domingo. A banda sonora foi natalícia e não dividimos o campo em duas partes, como é costume, para deixarmos os alunos andarem mais “à larga”. Não perca mais tempo e inscreva-se já nas aulas para começar em Janeiro – porquê procrastinar as coisas boas? 😉 http://escola.cenasapedal.com
Não perca mais tempo e inscreva-se já nas aulas para começar em Janeiro, enquanto ainda há vagas – porquê procrastinar as coisas boas?
O nosso site tem muita informação, arrumadinha por secções para fácil digestão: http://escola.cenasapedal.com Mas uma leitura obrigatória para todos os prospectivos alunos das aulas de bicicleta é o Guia do Aluno 2015-2016, disponível aqui. Depois, a inscrição pode ser feita online, para sua comodidade, aqui. Também temos vouchers para oferta!
Estas aulas são para crianças a partir dos 6 anos e adultos até aos 66 anos! E no Nível 1 as bicicletas são facultadas pela escola, não tem que se preocupar com o equipamento.
Inscreva-se já e comece as aulas no início do ano, para que daqui a 365 dias possa olhar para trás e afirmar:
“2016, o ano em que aprendi a andar de bicicleta!!”