Escola de Bicicleta

mobilidade & recreio

Cyclehack: co-criação cultural nos usos da bicicleta

 

Este cyclehack do travão de parqueamento para bicicletas melhorou imenso a nossa vida. Não é à toa que foi o usado para fazer o vídeo de apresentação da 1ª edição do CycleHack Global em Lisboa, em Junho do ano passado, na Maker Faire.

 

https://cyclehacklisboa.tumblr.com/post/145309875591/aqui-partilhamos-um-cyclehack-que-vos-será-muito

 

E a mim este outro truque do transforma-a-saia-nuns-calções, o “pennyinyopants”, deu imenso jeito, foi uma grande descoberta também!

 

Penny In Yo’ Pants: The Prototype from Penny in Yo’ Pants on Vimeo.

 

Sim, funciona mesmo!

 

https://cyclehacklisboa.tumblr.com/post/145925943008/no-fim-de-semana-do-cyclehack-lisboa-podes

 

É por este exercício divertido de criatividade e partilha de experiências e de ideias – e descobertas! – que este movimento do CycleHack é tão positivo, e tão interessante. E é por isso que vamos lá estar batidos novamente este ano.

Foi fixe ter a Escola de Bicicleta da Cenas a Pedal a contribuir para a 1ª edição em Portugal do CycleHack, em 2016, intervindo no painel de oradores, falando de cultura e infraestrutura.

Este ano há nova leva de oradores, e nova oportunidade de inventar coisas giras que façam diferença na vida de quem opta por andar de bicicleta. ‘Bora daí? 🙂

Conhecer o Código da Estrada não é suficiente

Em 2006-2007 começámos a interessar-nos particularmente por responder a esta pergunta:

Como podemos melhorar a nossa experiência a usar a bicicleta para nos deslocarmos nas nossas estradas?”

Foi quando decidimos analisar o Código da Estrada, e o que este dizia sobre a circulação de bicicletas. Pensámos que colmatar a nossa ignorância nessa área poderia ajudar-nos a conduzir melhor, a tornar a experiência mais confortável, mais segura, mais eficiente.

Esse trabalho culminou na publicação em 2007 d’”O CÓDIGO DA ESTRADA E OS VELOCÍPEDES – Perguntas Frequentes, e levou a que nos envolvêssemos em esforços para corrigir e melhorar o CE. Quando, em 2013, o Governo se propôs a alterá-lo, fizémos lobbying, no âmbito da MUBi, para corrigir as propostas. Tive, nomeadamente, a oportunidade de ir à Assembleia da República explicar a necessidades dessas mesmas correcções.

Em 2014 entrou em vigor uma nova redacção do Código da Estrada, bastante melhorada para os condutores de bicicleta, mesmo que ainda não perfeita.

Ao mesmo tempo que desenvolvíamos esta análise do CE, descobrimos logo no início que simplesmente conhecê-lo não nos ensinava a conduzir bem uma bicicleta, principalmente num meio em que a maior parte dos condutores de automóvel também não sabe (ou não cumpre) o que o CE diz acerca de como interagir com condutores de bicicleta. Começámos, por isso, a estudar a melhor forma de conduzir. Foi isso que nos levou a procurar um curso de instrutores de condução de bicicleta, que fizémos em 2008, e começar a ensinar outros, na nossa escola.

Por um mero acaso, no outro dia fui dar a este vídeo antigo, de início de 2007, onde ilustrávamos o estacionamento ilegal sobre uma ciclovia na marina de Albufeira:

É o que se chama um “tesourinho deprimente“. 🙂 Mas extremamente útil. Ali está, bem documentado, o “antes”, do “antes e depois de aprender a conduzir”.

Hoje agiríamos de forma muito diferente daquela registada no vídeo acima. (E não perderíamos tempo a documentar o desrespeito de outros por uma infraestrutura que é, à partida, um desrespeito para quem nela circule – só aprendemos isso depois também.)

Saber conduzir envolve 4 competências chave:

  1. saber operar o veículo
  2. conhecer o protocolo de circulação oficial
  3. conhecer o protocolo de circulação não-oficial
  4. saber identificar e gerir riscos

O Código da Estrada é o protocolo oficial. A práxis é o protocolo não-oficial. Um sítio perfeito para perceber a diferença entre os dois é nas rotundas, onde estes dois protocolos estão muito desfazados.

Mais recentemente, temos tido a oportunidade de conversar com algumas instituições de ensino superior que se encontram a desenvolver candidaturas, ou a ponderar fazê-lo, ao projecto U-BIKE Portugal, um projecto para promover a introdução de bicicletas nos campi universitários, por meio de um sistema de empréstimos de longa duração. O regulamento deste projecto é bastante detalhado no que concerne às especificações das bicicletas a fornecer, contudo presta muito pouca atenção à parte das acções de comunicação e formação. Consequentemente, é comum as instituições pensarem inicialmente em lançar-se à candidatura prevendo pouco mais do que transmitir aos futuros utilizadores das bicicletas os principais artigos relevantes do Código da Estrada, pensando que isso será suficiente. Temo-nos esforçado por tentar desfazer esse equívoco a tempo.

Assegurar o ponto 2, acima, é importante mas não é suficiente. Para circular de bicicleta em meios com um nível de tráfego relevante, é preciso aprender a conduzir. Não o fazer leva a repetidas más experiências, quando não mesmo a quedas e colisões efectivas – tudo coisas que podem, naturalmente, levar as pessoas a desistir de usar a bicicleta em determinados percursos ou mesmo desistir de a usar de todo.

O sucesso do U-BIKE, em particular, mas de qualquer outra iniciativa de promoção de uma mobilidade mais sustentável centrada na bicicleta, depende das pessoas aderirem, não desistirem, e trocarem o máximo possível de quilómetros feitos de carro por quilómetros em bicicleta. Negligenciar a parte da motivação, capacitação e formação é um erro crasso que afectará o potencial deste projecto, como tem afectado inúmeras outras iniciativas.

E de notar que isto não tem só a ver com circular de bicicleta em ruas com automóveis. Mesmo em locais onde há muitas bicicletas e onde os automóveis são bastante segregados, não saber conduzir leva a colisões entre bicicletas e bicicletas e peões.

É fundamental disponibilizar às pessoas a oportunidade de melhorarem a sua compreensão do contexto rodoviário e a sua navegação no mesmo. Não basta distribuir informação sobre a legislação (disponível online aqui, aqui e aqui, por exemplo). E não bastam palestras, é fundamental haver sessões práticas complementares. Entretanto, enquanto quem o poderia fazer não o faz, resta aos utilizadores tomarem a iniciativa e instruírem-se como puderem, recorrendo a livros e sites estrangeiros, alguns recursos nacionais como o nosso blog e outros (ver Planeta Bicicultura) e/ou procurando as nossas aulas.

Uma bicicleta para dois?

Por que não? 🙂

Quem nunca tentou fazer isso…, se não tentou vai tentar agora. 😀 rsrsrs

Posted by BMX & MTB De Pelotas on Monday, January 11, 2016

Aulas de bicicleta em Lisboa, dos 6 aos 66!

A nossa última aula de 2015, antes da pausa de fim-de-ano, foi no dia 20 de Dezembro, com uma turma de Nível 1, e teve este aspecto:

Última aula de 2015 das turmas de Nível 1A nossa última aula com as turmas de Nível 1, em 2015, foi este último domingo. A banda sonora foi natalícia e não dividimos o campo em duas partes, como é costume, para deixarmos os alunos andarem mais “à larga”. Não perca mais tempo e inscreva-se já nas aulas para começar em Janeiro – porquê procrastinar as coisas boas? 😉 http://escola.cenasapedal.com

Posted by Escola de Bicicleta da Cenas a Pedal on Saturday, December 26, 2015

 

Não perca mais tempo e inscreva-se já nas aulas para começar em Janeiro, enquanto ainda há vagas – porquê procrastinar as coisas boas?

O nosso site tem muita informação, arrumadinha por secções para fácil digestão: http://escola.cenasapedal.com Mas uma leitura obrigatória para todos os prospectivos alunos das aulas de bicicleta é o Guia do Aluno 2015-2016, disponível aqui. Depois, a inscrição pode ser feita online, para sua comodidade, aqui. Também temos vouchers para oferta!

Estas aulas são para crianças a partir dos 6 anos e adultos até aos 66 anos! E no Nível 1 as bicicletas são facultadas pela escola, não tem que se preocupar com o equipamento.

Inscreva-se já e comece as aulas no início do ano, para que daqui a 365 dias possa olhar para trás e afirmar:

“2016, o ano em que aprendi a andar de bicicleta!!”